quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Bioma Caatinga

Mapa: Uol Educação

A caatinga é um bioma que se concentra na região nordeste do Brasil. Ocupando cerca de 12% do território nacional, ela cobre grandes faixas do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e também um pedaço do norte de Minas Gerais.
Nas regiões de caatinga, o clima é quente com prolongadas estações secas e o regime de chuvas influencia na vida de animais e vegetais. A diversidade de espécies é menor, quando comparado a outros biomas brasileiros como a Mata Atlântica e a Amazônia. Entretanto, estudos recentes revelam um alto número de espécies endêmicas, isto é, espécies que só ocorrem naquela região. A vegetação se caracteriza por arbustos tortuosos, com aspecto seco e esbranquiçado por quase todo ano.
Carcará*
Carcará*
Fauna
A maioria dos animais da caatinga tem hábitos noturnos, o que evita que se movimentem em horas mais quentes. Os lagartos são muito comuns na região: 47 espécies deles já foram catalogadas. Entre elas estão o calango verde e o calanguinho.
Ainda entre os répteis também se destacam as serpentes. Até agora foram encontradas 45 espécies de serpentes. A cascavel é uma das cobras mais vistas na caatinga.
 Arara-azul-de-Lear**
Arara-azul-de-Lear**
Algumas aves são moradoras típicas da caatinga. É o caso do carcará, da asa-branca e da gralha-canção. Neste bioma, vivia a ararinha azul, vista pela última vez na natureza em 2000 e considerada extinta pelo Ibama.
Outra ave em estado de conservação crítico é a arara-azul-de-Lear, encontrada apenas em uma pequena área no interior da Bahia, mais especificamente nos municípios de Canudos, Euclides da Cunha e Jeremoabo. Ameaçada pela perda do hábitat e captura para exportação, ela vive nas palmeiras licuri (Syagrus coronata), cujos frutos são seu principal alimento, e faz seus ninhos em cavidades nos paredões de arenito. 
Rock cavy***
Rock cavy***
Os anfíbios são animais numerosos na caatinga. Para falar dos mais conhecidos, podemos citar o sapo cururu e a jia de parede.
Também existem muitos mamíferos na caatinga. Entre as árvores secas e em terrenos pedregosos, vivem onças, gatos selvagens, capivaras, gambás, preás, macacos-prego, e o veado catingueiro, também ameaçado de extinção como a arara-azul-de-Lear.

Vegetação
Quando falamos em caatinga sempre vem às nossas cabeças a imagem de um ambiente árido, seco, com árvores quase sem folhas e esbranquiçadas. Bom, realmente é assim que a vegetação da caatinga se apresenta em grande parte do ano. Entretanto, em época de chuvas, a caatinga muda seu aspecto: a paisagem fica verde e aparecem até flores.
Foto: deltafrut/Flickr
Foto: deltafrut/Flickr
A vegetação da caatinga é composta por plantas xerófitas. Isto porque ela é formada por espécies que acabaram desenvolvendo mecanismos para sobreviverem em um ambiente com poucas chuvas e baixa umidade. No bioma são comuns árvores baixas e arbustos. Espinhos estão presentes em muitas espécies vegetais. Nos cactos, por exemplo, eles são folhas que se modificaram ao longo da evolução, fazendo com que a perda de água pela transpiração seja menor.
Ainda para evitar a perda de água, algumas plantas simplesmente perdem suas folhas na estação seca. Por isso, parece que toda a vegetação está morta, sem folhas, sem verde, só caules e troncos secos e retorcidos. Mas não está. Na verdade, as plantas permanecem vivas, utilizando, por exemplo, suas raízes bem desenvolvidas para obter água armazenada no solo. Outras espécies desenvolvem raízes na superfície, o que lhes permite, no período das chuvas, absorver o máximo possível da água que cai sobre os terrenos. Existem espécies que apresentam outra solução para o problema: elas mesmas armazenam água. É o caso dos cactos.
Mandacaru cactus****
Mandacaru cactus****
Os cactos são muito representativos da vegetação da caatinga. Mas não são os únicos representantes. Mesmo com o curto período de chuvas, existe uma variedade de espécies vegetais. Entre elas estão o mandacaru, a coroa-de-frade, o xique-xique, o juazeiro, o umbuzeiro e a aroeira.
Solo
De forma geral, o solo é raso, rico em minerais, mas pobre em matéria orgânica, já que a decomposição desta matéria é prejudicada pelo calor e a luminosidade, intensos durante todo ano na caatinga.
Fragmentos de rochas são frequentes na superfície, o que dá ao solo um aspecto pedregoso. Este solo com muitas pedras dificilmente armazena a água que cai no período das chuvas.
A presença de minerais no solo da caatinga é garantia de fertilidade em um ambiente que sofre com a falta de chuvas. Por isso, nos poucos meses em que a chuva cai, algumas regiões secas rapidamente se transformam, dando espaço a árvores verdes e gramíneas.
Relevo
O relevo da caatinga apresenta duas formações dominantes: planaltos e grandes depressões. Como você já viu, são comuns fragmentos de rochas na superfície do solo.
Foto: Sergio Sertão/Wikipedia
Foto: Sergio Sertão/Wikipedia
Nas regiões mais altas, estes fragmentos também existem. É comum olhar para planaltos nordestinos e ver em seus topos grandes pedras, parecendo que irão rolar a qualquer momento! Mas fique tranquilo, pode passear pela caatinga sem medo, pois estas pedras são normais no relevo deste bioma.
As depressões são terrenos aplainados, normalmente mais baixos que as áreas em seu entorno e que podem apresentar colinas. As maiores depressões da região são a Sanfranciscana, a Cearense e a do Meio Norte.
Situado nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, o planalto da Borborema  é uma formação que se destaca, com altitudes variando em média entre 650 e 1000 metros. Em alguns pontos, esta marca é ultrapassada: o pico de Jabre, na Paraíba, chega a 1.197 metros e o pico do Papagaio, em Pernambuco, a 1.260 metros.
O planalto é uma grande barreira para as nuvens carregadas de umidade que vêm do oceano Atlântico em direção ao interior. Quando essas nuvens encontram este "paredão", elas se condensam, provocando chuvas nas regiões mais baixas do lado oriental do planalto, ou seja, o lado voltado para o oceano. As nuvens não conseguem ultrapassar o planalto da Borborema. Isto dificulta a ocorrência de chuvas do lado ocidental, que é marcado pela seca. Este lado seco é o que faz parte do bioma caatinga.
Água
Os rios que fazem parte da caatinga brasileira são, em maioria, intermitentes ou temporários. Isto quer dizer que estes rios secam em períodos em que não chove. No caso deste bioma, onde há escassez de chuva durante maior parte do ano, os rios que nascem na região ficam secos por longos períodos.
Rio São Francisco*****
Rio São Francisco*****
Rios que nascem em outros lugares, como o São Francisco e o Parnaíba, são fundamentais para a vida na caatinga, pois atravessam os terrenos quentes e secos em seu caminho para o mar. Estes rios são tão importantes que deram nome a duas bacias hidrográficas que banham o território: a Bacia do Rio São Francisco e a Bacia do Rio Parnaíba. A Bacia Costeira do Nordeste Oriental também está localizada nesta região.
Para enfrentar a falta de água nas estações secas, os moradores da caatinga constroem poços, cacimbas e açudes. Mesmo com estes mecanismos, na maior parte das vezes, só conseguem obter água salobra, imprópria para consumo.
Clima
O clima da caatinga é chamado de semiárido. São características desse tipo de clima a baixa umidade e o pouco volume pluviométrico, ou seja, uma quantidade reduzida de chuvas. Já falamos sobre isso neste texto antes, mas vamos reforçar, pois se trata de um aspecto fundamental da caatinga: são longos os períodos de ausência de chuvas, podendo chegar a oito ou nove meses de seca por ano.
Este clima irregular influencia o curso dos rios, que secam em determinadas épocas; diminui a disponibilidade de água para plantas, animais e para os homens; aumenta a aridez do ambiente. O clima é então um fator determinante na caatinga: ele acaba definindo a paisagem e os hábitos dos moradores deste bioma.
Imagens:
* Foto: Marcos..Fernandes/Flickr
**Foto: Marcos Pereira/Wikipedia
***Foto: Brian Gratwicke/Wikipedia
****Foto: Karinna Paz/Flickr
*****Foto: Glauco Umbelino/Wikipedia
Fontes de informação:
Linhares, Sérgio & Gewandszbajder, Fernando. Biologia Hoje - Vol 3. São Paulo: ed. Ática, 1998.

O Que é Meio Ambiente?


O meio ambiente é tudo o que compõe o nosso planeta e afeta a nossa vida, o ar que respiramos, a água que cobre a maior parte da superfície da terra, as plantas e animais que nos rodeiam, etc.
Muitas pessoas consideram como meio ambiente apenas as coisas naturais, aquelas áreas intocadas pelo ser humano, mas isso não é verdade. Qualquer espaço é considerado meio ambiente, mesmo aqueles em que há modificações causadas pelo ser humano.


Nos últimos anos, cientistas vêm analisando cuidadosamente as maneiras com as quais as pessoas afetam o meio ambiente. Eles descobriram que nós somos os causadores da poluição do ar, do desmatamento, da chuva ácida, e de outros problemas que são perigosas tanto para a terra e para nós mesmos.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Nova York processa grandes empresas de petróleo por aquecimento global

A cidade planeja ainda alienar US $ 5 bilhões de fundos de pensão de empresas de combustíveis fósseis.
O prefeito Bill de Blasio diz que a cidade vai buscar bilhões no processo para recuperar o dinheiro gasto pela cidade pelos esforços de resiliência relacionados às mudanças climáticas.
Os réus no processo federal da cidade são BP, Chevron, ConocoPhillips, Exxon Mobil e Royal Dutch Shell.
Um porta-voz da BP declinou comentários. Um porta-voz da Shell disse que a mudança climática é uma questão complexa que não deve ser abordada pelos tribunais. Os outros três não comentaram imediatamente.
O processo segue o anúncio da cidade de que planeja alienar US $ 5 bilhões de fundos de pensão de empresas de combustíveis fósseis. A cidade planeja ainda desinvestir mais US $ 189 bilhões dentro de cinco anos no que eles dizem ser “entre os esforços de desinvestimento mais significativos do mundo até à data”.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Corredor verde de mais de 7 mil km pode salvar África da desertificação

A ideia é criar uma enorme faixa verde entre os dois grandes desertos africanos, o Sahel e o Sahara.
Mesmo ainda tendo muitos anos pela frente, o projeto já começa a ter resultados. | Foto: Divulgação


O continente africano é uma das regiões mais áridas do mundo. A perda das florestas e a desertificação constante na África tornam a maior parte do solo de diversos países improdutivas, prejudicando diretamente a população local. No entanto, um projeto chamado de “Great Green Wall” (Grande Barreira Verde) pode mudar esta situação.
A iniciativa, que faz parte de um esforço entre os países que formam a União Africana, começou em 2007 e os primeiros resultados já podem ser vistos e colhidos. A ideia é criar uma enorme faixa verde entre os dois grandes desertos africanos, o Sahel e o Sahara. A previsão é de que o projeto consiga plantar árvores em uma faixa que percorre mais de sete mil quilômetros, percorrendo praticamente o continente de ponta a ponta.
Conforme o site oficial do Great Green Wall, são mais de 20 países envolvidos no projeto. Até o momento, 15% do plantio planejado já foi finalizado. Apenas no Senegal, por exemplo, o projeto já soma mais de 11 milhões de novas árvores e 15 milhões de hectares já foram recuperados na Etiópia. A ideia é que a barreira verde seja finalizada em 2030.

Mesmo ainda tendo muitos anos pela frente, o projeto já começa a ter resultados. O plantio inclui diversas espécies, inclusive com árvores frutíferas, que devem servir como fonte de alimento às populações locais. Essa diversidade na flora também atrai a diversidade de animais, colaborando para o resgate de todo o ecossistema.
O projeto pode ajudar a retirar da atmosfera mais de 250 milhões de toneladas de gás carbônico, ao mesmo tempo em que gera empregos e combate diretamente a desertificação, recuperando o solo e os recursos hídricos, impactando diretamente a população local.


FAO e MMA firmam parceria para ações de sustentabilidade no semiárido

O projeto será desenvolvido em seis estados do semiárido brasileiro e beneficiará 18 municípios.
                                                                                                                                                                       Foto: EBC

Reverter o processo de desertificação por meio de ações que enfrentem a degradação do solo, da água e a perda de biodiversidade nos ecossistemas da Caatinga é o objetivo do Projeto Redeser: Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil — Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade.
A iniciativa é fruto de parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O projeto será desenvolvido em seis estados do semiárido brasileiro e beneficiará 18 municípios: Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Cascado e Piranhas, em Alagoas; Uauá, na Bahia; Crato, Barbalha e Jardim, no Ceará; Barreirinhas, Água Doce, Tutóia e Matões, no Maranhão; Santa Luzia, São Mamede e Várzea, na Paraíba; Carnaúba dos Dantas, Equador, Parelhas e Santana do Seridó, no Rio Grande do Norte.
Entre as ações do projeto, cuja duração é de quatro anos, estão o manejo florestal de uso múltiplo, a promoção da gestão integrada dos recursos naturais em paisagens produtivas, a restauração de florestas e paisagens e a gestão de conhecimento, além de capacitação e sensibilização. A FAO abrirá um escritório em Barreirinhas, cujo papel será articular com o governo do estado do Maranhão outras iniciativas na mesma área temática.
Para Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, o desafio consiste em evitar a perda de solo e gerar renda à população do semiárido. “Temos um componente socioeconômico importante nesse projeto, não só ambiental”, destacou.
No Brasil, 16% do território (1,34 milhão de km²), estão suscetíveis à desertificação. Essa área abrange mais de 1,4 mil municípios e quase 35 milhões de pessoas. Os impactos do projeto incidirão diretamente sobre 904.142 hectares, dos quais 618.062 hectares de floresta, sendo o restante terras de cultivo e pastagens.
Mais de 152 mil hectares da área de intervenção estão degradados. As atividades do projeto Redeser evitarão o desmatamento por meio do manejo dos recursos florestais no âmbito de propriedade (pequenos produtores rurais) e de paisagem rural. Um componente específico trabalhará a recuperação das florestas degradadas por meio da implantação de viveiros florestais, treinamento de técnicos de viveiros e fortalecimento de bancos de sementes florestais.
No total, serão investidos 3,9 milhões de dólares, incluindo recursos do Fundo Mundial para o Ambiente (GEF, na sigla em inglês), além de uma contrapartida de 18 cofinanciadores. 

Israel quer transferir tecnologia de dessalinização de água para o Brasil

Cerca de 80% da água potável consumida pela população israelense é proveniente do mar.

                                                                  Planta de dessalinização de água marinha em Adeleide, no sul da Austrália. | Foto: SAWater

Israel está buscando intensificar as relações com o Brasil para oferecer equipamentos e tecnologia de dessalinização de água. O país é líder nesse tipo de tecnologia e hoje cerca de 80% da água potável consumida pela população israelense é proveniente do mar, afirmou o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Avraham Shelley, em visita à EBC (Empresa Brasil de Comunicação) em Brasília.
Ao falar sobre a transferência de tecnologia de dessalinização, o embaixador disse que as negociações feitas por Israel com o Brasil vêm sendo lideradas por empresários israelenses diretamente com estados como o Ceará e Maranhão, que sofrem com a seca.
De acordo com Shelley, alguns governos estaduais estão abrindo licitações para a obtenção da tecnologia de dessalinização e os empresários israelenses estão em posição de vantagem porque conseguem processar um litro de água dessalinizada por um preço menor do que o valor regular disponível nos mercados.
O embaixador ainda afirmou que Israel está oferecendo ao governo brasileiro a possibilidade de parceria visando construir satélites com tecnologia israelense. Inclusive, o comércio Brasil-Israel está negativo para o lado brasileiro. O Brasil exportou para Israel em 2017 US$ 466 milhões e importou US$ 885 milhões, com déficit de cerca de US$ 419 milhões.

Bioma Caatinga A caatinga é um bioma que se concentra na região nordeste do Brasil. Ocupando cerca de 12% do território nacional, ...